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API Security: O Elo Crítico na Segurança de Microserviços

POR:

Haline Farias

Imagine um mundo onde seus aplicativos favoritos não conseguem se comunicar, onde a informação fica presa em silos isolados, e a inovação é limitada pela falta de integração. Esse era o cenário antes da API Security.

Elas permitem que diferentes softwares “conversem” entre si, compartilhando informações e funcionalidades de forma eficiente, impulsionando a inovação bem como a colaboração em um mundo cada vez mais digital.

Com a crescente adoção de arquiteturas de microsserviços, onde aplicações monolíticas são decompostas em componentes menores, independentes e especializados, as APIs assumem um papel ainda mais crítico.  Nesse cenário, os microsserviços interagem entre si e com outros sistemas por meio de uma rede complexa de APIs, formando um ecossistema dinâmico e interdependente.

Essa mudança de paradigma, embora traga inúmeros benefícios em termos de flexibilidade, escalabilidade e agilidade, também amplia a superfície de ataque e intensifica a necessidade de uma robusta estratégia de API Security.

Casos de estudo:

  • Twitter: Em 2023, uma falha na API do Twitter permitiu que cibercriminosos coletassem dados de mais de 5,4 milhões de usuários. 
  • LastPass: Em 2022, a empresa de gerenciamento de senhas sofreu um ataque que expôs dados de usuários, incluindo cofres de senhas criptografados. A raiz do problema foi uma vulnerabilidade na API da empresa. 

APIs e Microsserviços: Uma Arquitetura Moderna com Novos Desafios de Segurança

As APIs são a cola que une os microsserviços, permitindo assim que eles se comuniquem e compartilhem informações de forma eficiente, impulsionando a inovação e a colaboração. 

Na arquitetura de microsserviços, as APIs desempenham um papel fundamental, permitindo assim que os microsserviços interajam entre si e com outros sistemas, formando uma rede complexa de interdependências. Portanto, essa abordagem modular oferece uma série de vantagens em relação às arquiteturas monolíticas tradicionais:

  • Escalabilidade: Microsserviços podem ser escalados de forma independente, permitindo que as empresas adaptem seus sistemas às demandas flutuantes do negócio.
  • Flexibilidade: A arquitetura de microsserviços permite que as empresas implementem e atualizem funcionalidades de forma rápida e eficiente, sem afetar outros componentes do sistema.
  • Resiliência: A falha de um microsserviço não compromete todo o sistema, garantindo maior disponibilidade e continuidade dos negócios.
  • Reutilização: Microsserviços podem ser reutilizados em diferentes aplicações, reduzindo o tempo e o custo de desenvolvimento.

No entanto, essa interconexão também expõe as APIs a uma série de riscos de segurança. A natureza distribuída dos microsserviços e a multiplicidade de APIs criam uma superfície de ataque mais ampla, aumentando a probabilidade de ataques e exigindo uma abordagem de segurança mais granular e proativa. Todavia, proteger as APIs é essencial para garantir a segurança dos microsserviços e dos dados que eles processam.

Vulnerabilidades de API: Os Riscos que Ameaçam seus Microsserviços

As APIs são alvos atraentes para atacantes, pois podem fornecer acesso a dados confidenciais, funcionalidades críticas e sistemas internos. O OWASP (Open Web Application Security Project) mantém uma lista das principais vulnerabilidades de APIs, conhecida como OWASP API Security Top 10.

 Essa lista serve como um guia essencial para desenvolvedores e profissionais de segurança, destacando os riscos mais comuns e orientando sobre as melhores práticas para protegê-las. Em seguida, vamos explorar cada uma dessas vulnerabilidades em detalhes:

1. Falhas de autenticação:

A autenticação é o processo de verificar a identidade de um usuário ou dispositivo que tenta acessar a API. Entretanto, falhas na autenticação permitem que atacantes se passem por usuários legítimos e acessem recursos protegidos. Contudo, isso pode ocorrer devido a credenciais fracas, sessões inseguras ou falta de mecanismos de autenticação multifator.

2. Falhas de autorização:

A autorização determina quais recursos e ações um usuário autenticado tem permissão para acessar. Falhas na autorização permitem que usuários acessem dados ou funcionalidades que não deveriam, o que pode levar à exposição de informações confidenciais ou à manipulação indevida de dados.

3. Exposição excessiva de dados:

As APIs devem retornar apenas os dados necessários para a funcionalidade solicitada. A exposição excessiva de dados ocorre quando a API revela informações sensíveis ou confidenciais, como dados pessoais, detalhes de pagamento ou segredos comerciais. Certamente, isso pode ocorrer devido a falhas na implementação da API ou a uma configuração incorreta dos endpoints.

4. Falta de recursos e limitação de taxa:

Ataques de negação de serviço (DoS) visam sobrecarregar a API com um grande número de solicitações, tornando-a indisponível para usuários legítimos. Contudo, a falta de recursos e limitação de taxa torna as APIs vulneráveis a esses ataques, permitindo que atacantes consumam recursos excessivos e interrompam o serviço.

5. Falhas na validação de entrada:

A validação de entrada é essencial para garantir que os dados recebidos pela API estejam no formato esperado e não contenham código malicioso. No entanto, falhas na validação de entrada podem levar a ataques de injeção de código, onde atacantes injetam código malicioso que é executado pelo servidor, comprometendo a segurança do sistema.

6. Configuração incorreta de segurança:

As APIs devem ser configuradas com as melhores práticas de segurança em mente. Portanto, configurações incorretas, como o uso de credenciais padrão, a desativação de recursos de segurança ou a exposição de informações sensíveis, podem tornar as APIs vulneráveis a ataques.

7. Vulnerabilidades de nível de função:

As APIs devem implementar a autorização em nível de função, garantindo que os usuários tenham acesso apenas às funcionalidades que lhes são permitidas. Ademais, vulnerabilidades de nível de função ocorrem quando os usuários conseguem acessar funcionalidades que não deveriam, o que pode levar à manipulação indevida de dados ou à execução de ações não autorizadas.

8. Cross-Site Scripting (XSS):

O XSS é um tipo de ataque que permite que atacantes injetem scripts maliciosos em páginas web que consomem a API. Contudo, esses scripts podem roubar dados do usuário, redirecionar o usuário para sites maliciosos ou executar ações maliciosas no navegador do usuário.

9. Injeção:

Ataques de injeção ocorrem quando atacantes injetam dados maliciosos em consultas de banco de dados ou outros componentes da API. Sendo assim, isso pode levar à execução de código malicioso, ao acesso não autorizado a dados ou à corrupção de dados.

10. Log e monitoramento inadequados:

O registro e o monitoramento das atividades da API são essenciais para detectar e responder a incidentes de segurança. Ademais, logs inadequados ou a falta de monitoramento dificultam a identificação de ataques e a tomada de medidas para mitigar os danos.

Melhores Práticas para Proteger suas APIs em Microsserviços

A API Security é um processo contínuo que requer uma abordagem holística e multicamadas. Sobretudo, as melhores práticas para proteger suas APIs vão além de simples medidas técnicas, englobando aspectos de design, desenvolvimento, implementação e monitoramento. Em seguida, destacamos algumas das práticas mais importantes:

Autenticação robusta:

A autenticação é a primeira linha de defesa na API Security. Entretanto, é crucial implementar mecanismos de autenticação fortes e adequados ao contexto da sua aplicação. Protocolos como OAuth 2.0 e OpenID Connect (OIDC) oferecem flexibilidade e segurança para a autenticação de usuários e dispositivos. Ademais, a autenticação multifator (MFA) adiciona uma camada extra de segurança, dificultando o acesso não autorizado, mesmo em caso de vazamento de credenciais.

Autorização granular:

Após a autenticação, a autorização determina o nível de acesso que cada usuário ou dispositivo tem aos recursos da API. A autorização granular permite definir permissões de acesso específicas para cada usuário ou grupo de usuários, garantindo assim que eles tenham acesso apenas aos recursos necessários para realizar suas funções. Contudo, o controle de acesso baseado em funções (RBAC) e o controle de acesso baseado em atributos (ABAC) são modelos comuns para implementar a autorização granular.

Validação de entrada:

A validação de entrada é uma etapa crítica para prevenir ataques de injeção e outras formas de exploração. Todos os dados recebidos pela API, incluindo parâmetros, cabeçalhos e corpo da solicitação, devem ser validados para garantir que estejam no formato esperado e assim não contenham código malicioso. Ademais, a validação deve ser realizada em todas as camadas da aplicação, desde a interface do usuário até o banco de dados.

Gerenciamento de vulnerabilidades:

As APIs, como qualquer software, estão sujeitas a vulnerabilidades de segurança. Assim, é fundamental implementar um processo contínuo de gerenciamento de vulnerabilidades, que inclui a realização de testes de segurança regulares, a análise de código fonte, o uso de ferramentas de análise de vulnerabilidades e a aplicação de patches de segurança.

Proteção contra ataques de negação de serviço (DoS):

Ataques de DoS podem interromper o funcionamento das APIs, tornando-as indisponíveis para usuários legítimos. Portanto, é essencial implementar mecanismos para limitar o número de solicitações, controlar o consumo de recursos e mitigar os efeitos de ataques de DoS. Técnicas como limitação de taxa, filas de mensagens e balanceamento de carga podem ajudar a proteger as APIs contra esses ataques.

Criptografia de dados:

A criptografia é uma ferramenta poderosa para proteger a confidencialidade e a integridade dos dados. Os dados em trânsito, ou seja, os dados que trafegam pela rede, devem ser criptografados usando protocolos como TLS/SSL. Os dados em repouso, ou seja, os dados armazenados em bancos de dados ou outros sistemas de armazenamento, também devem ser criptografados para proteger contra acesso não autorizado.

Monitoramento e registro:

O monitoramento e o registro das atividades da API são cruciais para detectar anomalias, identificar ataques e coletar informações para análise e resposta a incidentes. Portanto, é importante registrar eventos relevantes, como tentativas de acesso, erros e alterações nas configurações. Ademais, o monitoramento em tempo real permite detectar comportamentos suspeitos e responder rapidamente a incidentes de segurança.

Verificações constantes e Pentests:

A segurança de APIs é dinâmica. Novas vulnerabilidades e ameaças surgem constantemente. Todavia, realizar pentests e verificações regulares com especialistas é crucial para garantir a proteção contínua das suas APIs.

Ferramentas e Tecnologias para API Security

A API Security é um campo em constante evolução, e uma variedade de ferramentas e tecnologias estão disponíveis para ajudar as organizações a proteger suas APIs. Dessa forma, essas ferramentas abrangem diferentes camadas de segurança e oferecem funcionalidades que vão desde a autenticação e autorização até a detecção e prevenção de intrusões. Em seguida, destacamos algumas das ferramentas e tecnologias mais relevantes:

  • Gateways de API: Os gateways de API atuam como um ponto único de entrada para as APIs, fornecendo uma camada adicional de segurança e controle. Portanto, eles agem como intermediários entre os clientes e as APIs, interceptando todas as solicitações e aplicando políticas de segurança, como autenticação, autorização, limitação de taxa e validação de entrada. Além disso, os gateways de API podem fornecer funcionalidades como roteamento de solicitações, transformação de dados, cache e monitoramento.

Vantagens do uso de Gateways de API:

  • Centralização da segurança: Em vez de implementar a segurança em cada microsserviço individualmente, os gateways de API permitem centralizar as políticas de segurança, facilitando a gestão e a aplicação.
  • Proteção contra ataques: Os gateways de API podem proteger as APIs contra uma variedade de ataques, como injeção de código, cross-site scripting (XSS) e ataques de negação de serviço (DoS).
  • Simplificação do desenvolvimento: Os gateways de API podem abstrair a complexidade da segurança, permitindo que os desenvolvedores se concentrem na lógica de negócios dos microsserviços.
  • Escalabilidade e desempenho: Os gateways de API podem ajudar a melhorar a escalabilidade e o desempenho das APIs, distribuindo o tráfego e assim otimizando o uso de recursos.
  • Monitoramento e análise: Os gateways de API podem fornecer informações valiosas sobre o uso das APIs, como o número de solicitações, os tempos de resposta bem como os erros.

Exemplos de Gateways de API:

  • Kong Gateway
  • Apigee
  • AWS API Gateway
  • Tyk

Web Application Firewalls (WAFs):

As WAFs são ferramentas de segurança que protegem as APIs contra ataques comuns da web, como injeção de código, cross-site scripting (XSS) e ataques de negação de serviço (DoS). Ademais, elas funcionam como filtros, analisando o tráfego da web e bloqueando solicitações maliciosas. As WAFs podem ser implementadas como appliances de hardware, software ou serviços em nuvem.

Vantagens do uso de WAFs:

  • Proteção contra ataques conhecidos: As WAFs são eficazes na proteção contra ataques conhecidos, pois possuem regras pré-definidas para identificar e bloquear padrões de ataque comuns.
  • Atualizações constantes: As WAFs são atualizadas regularmente com novas regras para proteger contra novas ameaças e vulnerabilidades.
  • Flexibilidade: As WAFs podem ser configuradas para atender às necessidades específicas de cada aplicação, permitindo assim que as empresas personalizem as regras de segurança.
  • Monitoramento e registro: As WAFs podem fornecer informações detalhadas sobre o tráfego da web, incluindo as solicitações bloqueadas bem como as tentativas de ataque.

Exemplos de WAFs:

  • AWS WAF
  • Cloudflare WAF
  • Imperva WAF
  • F5 BIG-IP ASM

Ferramentas de teste de segurança de aplicações (SAST e DAST):

As ferramentas SAST (Static Application Security Testing) e DAST (Dynamic Application Security Testing) são utilizadas para identificar vulnerabilidades nas APIs durante o desenvolvimento e após a implementação. As ferramentas SAST analisam o código fonte da aplicação em busca de vulnerabilidades, enquanto as ferramentas DAST testam a aplicação em execução, simulando ataques para identificar falhas de segurança.

Vantagens do uso de SAST e DAST:

  • Identificação temprana de vulnerabilidades: As ferramentas SAST e DAST permitem identificar vulnerabilidades nas APIs antes que elas sejam exploradas por atacantes.
  • Redução de custos: A correção de vulnerabilidades em estágios iniciais do desenvolvimento é mais barata do que corrigir vulnerabilidades em produção.
  • Melhoria da qualidade do código: As ferramentas SAST e DAST podem ajudar a melhorar a qualidade do código, identificando erros de programação e práticas inseguras.

Exemplos de Ferramentas SAST e DAST:

  • SonarQube
  • Fortify
  • Checkmarx
  • Burp Suite

Gerenciamento de identidade e acesso (IAM):

O IAM (Identity and Access Management) fornece um framework para gerenciar o acesso a recursos e APIs, controlando quem tem acesso a quê e com quais permissões. Ademais, o IAM permite que as empresas centralizem a gestão de identidades, autenticação e autorização, simplificando a administração e melhorando a segurança.

Vantagens do uso de IAM:

  • Controle de acesso centralizado: O IAM permite que as empresas gerenciem o acesso a todos os seus recursos, incluindo APIs, a partir de um único ponto.
  • Conformidade com regulamentações: O IAM ajuda as empresas a cumprir com regulamentações de segurança e privacidade, como a LGPD e a GDPR.
  • Redução de riscos: O IAM ajuda a reduzir os riscos de acesso não autorizado e vazamento de dados, controlando o acesso aos recursos.

Exemplos de Soluções IAM:

  • Okta
  • Auth0
  • Azure Active Directory
  • AWS IAM

API Security como Pilar da Segurança em Microsserviços

A API Security é essencial para garantir a segurança e a integridade dos microsserviços e dos dados que eles processam. Portanto, ao adotar as melhores práticas e utilizar as ferramentas e tecnologias adequadas, as organizações podem proteger suas APIs contra ameaças e garantir a continuidade dos seus negócios.

Construindo uma base sólida para a API Security:

A segurança das APIs deve ser uma prioridade para qualquer organização que utiliza microsserviços. Assim, ao investir em API Security, as empresas podem proteger seus ativos, manter a confiança dos clientes e garantir o sucesso das suas operações. dessso inclui a realização de pentests periódicos para identificar e corrigir vulnerabilidades.

A Resh, com sua expertise em pentest e segurança de aplicações, pode auxiliar sua empresa a construir uma estratégia robusta de API Security. Nossos especialistas realizam testes abrangentes, simulando ataques reais para encontrar falhas e auxiliar na implementação de medidas de segurança eficazes.

Entre em contato conosco e saiba como podemos ajudar a proteger seus microsserviços e APIs.

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